sábado, 27 de agosto de 2011

A imperatriz invisível

A imperatriz invisível
Teresa Cristina foi ofuscada pela exaltação a D. Pedro II, mas o gosto pela arqueologia e a sensibilidade para as artes fariam dela uma personagem fascinante
           Em vida, ela foi chamada de “a mãe dos brasileiros”. Quase um século depois de sua morte, em 1998, ela foi homenageada com uma exposição no Museu Imperial de Petrópolis, e então tratada como “a imperatriz silenciosa”.
           Nascida em Nápoles em 14 de março de 1822, no berço da família Bourbon, Teresa Cristina chegou ao Brasil em 1843, com 21 anos. O casamento com D. Pedro II ocorrera por procuração. A imperatriz teria causado uma grande decepção ao marido, quando este a viu em carne e osso pela primeira vez. D. Pedro II, quatro anos mais novo do que a noiva, só a conhecia por retrato e não escondeu a frustração causada pela discrepância entre a paleta do artista e a realidade dos fatos: sua princesa era baixa, acima do peso e manca. Mas, se não era bela, ela provaria ter outros atributos.
           Desde cedo, Teresa Cristina se interessou por arqueologia, paixão suscitada pelas escavações nas cidades de Herculano e Pompéia, próximas de Nápoles, iniciadas por seus antepassados em meados do século XVIII. Em sua bagagem, trouxe várias peças, entre as quais 13 ânforas de bronze com alças em arco. Estas peças se encontram no Museu Nacional Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro.
           Em pouco tempo, outros achados importantes se juntaram àqueles trazidos pela imperatriz. Teresa Cristina patrocinou à distância trabalhos de escavação perto de Roma. Por meio de cartas, a imperatriz estabelece, a partir de 1856, com seu irmão Fernando II  um intercâmbio de peças de artesanato indígena por antiguidades pertencentes ao Real Museu Bourbônico, em Nápoles. Entre os achados enviados por Fernando II destacam-se dois afrescos, verdadeiras preciosidades, que mostram figuras marinhas pintadas sobre fundo escuro, provenientes do templo de Ísis, em Pompéia. Graças ao interesse da imperatriz, o Brasil conta com uma coleção de arqueologia clássica de aproximadamente 700 peças, a maior do gênero na América Latina.
Atividade
1)      Por que o texto afirma que a imperatriz Teresa Cristina era uma personagem fascinante?
2)      Quais as principais peças que foram trazidas por influência dela?
3)      Como a imperatriz conseguiu angariar estas peças?

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